Autismo e o Transtorno do Processamento Sensorial
  • A maioria das crianças dentro do espectro autista apresenta Transtorno de Processamento Sensorial (TPS), onde suas habilidades de processar e organizar as informações recebidas pelo ambiente são deficitárias, consequentemente os seus comportamentos (resposta aos estímulos) são inadequados em determinadas situações. É comum observar, em crianças com autismo, comportamentos em decorrência da dificuldade de processamento, tais como colocar as mãos nos ouvidos por causa de determinado som, correr de um lado para o outro, pular de certos lugares como sem apresentar noção de riscos. São crianças que muitas vezes estão em busca de informações sensoriais para sentir seu corpo no espaço.
 
  • A Integração Sensorial é um processo neurológico em que o sistema nervoso central organiza as informações recebidas do ambiente (interno- corpo e externo – mundo). Quando o processamento de informações ocorre de forma harmoniosa, o comportamento emitido é adequado ao contexto, e a aprendizagem ocorre sem intercorrências. Porém quando o sistema nervoso central é imaturo, a habilidade de processar e organizar as informações recebidas do ambiente é deficitária, consequentemente, comprometendo o comportamento e a aprendizagem.
 
  • Levando essa realidade em consideração e transferindo para sala de aula, podemos pensar o quanto pode ser difícil uma criança dentro do espectro autista com um perfil de TPS enfrentar a escola. O ambiente escolar é um mundo de estímulos, sonoros, olfatórios, visuais, táteis e com isso devemos criar estratégias para que esse ambiente desafiador seja ao mesmo tempo acolhedor, oferecendo para a criança adaptações adequadas para seu perfil sensorial.
 
  • O professor pode modelar uma tarefa partindo da iniciativa da criança e atrair seu interesse; o objetivo é incentivá-lo a imitar espontaneamente, em vez de forçá-lo para fazer algo.  Propor atividades dentro da linha de interesse da criança faz o aprendizado fluir com mais naturalidade. Ao invés de fazer perguntas mecânicas (“Que cor é essa?”), é mais interessante pedir para a criança escolher a cor do brinquedo que deseja, fazer a atividade de forma mais interativa. Desta forma, a sua aprendizagem não resultará de forma mecânica, mas sim de uma motivação. Oferecer materiais que possibilitem diferentes texturas (ásperas, lisas, etc), com diferentes formas e peso, peças tridimensionais, lápis de cor, giz de cera, massa de modelar, argila, por exemplo, que estimulem as descobertas sensórias, propiciando liberações de tensões e contribuindo para novos esquemas cognitivos cumprindo com o objetivo pedagógico.
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